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ASSASSINATO EM SÉRIE
Para Isana Barbosa
Julieta acordou um dia e
(difícil achar verbo para
tamanha libertação)
Todos os homens do mundo eram
trouxas
Tediosos, nenhum deles lhe
apontava o caminho do riso
Já conhecia todas as piadas e
os velhos truques
Gozava como ninguém com as
próprias mãos
E dormir de conchinha lhe doía
as costas
De repente todos os homens com
quem esteve eram
Mais inúteis que o puff de
decoração do seu quarto
Lembrou o quanto deixou-se
subtrair por cada um deles
E criou fôlego para
estabanar-se ao futuro
Acabou voltando ao ponto de
partida
Ignorado pelo distrair-se da
vida
Lá não havia ressentimentos,
Mas seria desumano desmentir
que se armou
Tinha ficado maior que o ego
dos outros
E não cabia em qualquer não
Inventou que ser feliz
independia
Dos que empobreceram sua
memória
E agora
Seja por remorso ou respeito
Aquele que ouvir falar de
Julieta terá medo
VANESSA TEODORO TRAJANO
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